segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O SILÊNCIO

"Varias pessoas pensam que o silencio esta quando todos estão em harmonia. Nós pensamos diferente, para nós o silencio não existe. Quando pensamos que estamos em harmonia em outros lugares tem muito barulho e mesmo que não percebemos o nosso corpo colabora com o barulho".
Reflexão dos alunos Roberto, Fabricio Gomes e Fabricio Eleoterio



O PRÊMIO DO SILÊNCIO (Uma história africana)
Na África, contem que um caçador estava um dia andando pela floresta quando deu de cara com uma caveira.
- Como é que essa coisa veio parar aqui? gritou assustado.
E a caveira respondeu:
- Como é que essa coisa veio parar aqui?
O homem saiu voando. Entrou na tribo gritando, contando para todo mundo o que tinha acontecido. Logo, o Chefe ficou sabendo de tudo. Mandou chamar o caçador e disse:
- Você vai à floresta com dois dos meus homens. Se isso for verdade quero que tragam a caveira para mim. Se não, eles vão cortar a sua cabeça lá mesmo!
Os três homens foram para a floresta e, assim que chegaram, o caçador perguntou:
- Caveira, como é que você veio parar aqui?
Só que a caveira não respondeu. Os guerreiros levantaram as facas e já iam cortar a cabeça do caçador, quando ele implorou para tentar mais uma vez, mas não teve jeito. A caveira nem se mexeu.
Então, os guerreiros cortaram a cabeça do caçador e foram embora. Quando tinham sumido na mata, a caveira finalmente virou-se para a cabeça do caçador e disse:
- Eu vim parar aqui porque falei demais!

NOTA: Em algumas localidades tradicionais de países africanos, os mais velhos utilizam essa história para ensinar aos filhos a se manterem mais cautelosos com o que falam e, para isso usam o seguinte diálogo:
"Caveira quem te matou?"
E quando a caveira responde ao final:
"QUEM MATOU FOI A LÍNGUA".
História entregue pela aluna Raisa Raine da Silva.


OS FILHOS DO SILÊNCIO

Muito antes de aprendermos nossa língua pátria, já não falávamos em nossa não língua mátria. Nascidos dos ventres do silêncio, os quais nos carregaram mudos em nossas caladas gestações, nunca escutamos como fomos fecundados, porque também isso não nos foi dito. Calamo-nos quando das palmadas das parteiras, dos golpes do destino, das pancadas da vida e dos açoites do tempo. O não dizer é tudo com que nos comunicamos desde antes de nascermos para um mundo dominado pela palavra.
Nosso silêncio fez mais do que nos calar a boca, encurtou-nos os gestos, atrofiou-nos o movimento, ressecou-nos a boca, apagou-nos os olhos, matou-nos a alma. Na terra dos incansáveis oradores, fomos educados, enfim, para ter as orelhas baixas, os olhos caídos, o peito arqueado e a espinha dobrada. Obedecemos prontamente a todos os discursos proferidos por quem acima de nós se pôs. Quanto aos outros, só lhes podemos antecipar as pisadas, enfiando-nos por entre as solas de seus sapatos e o chão.
Em nossa boca de fome, se uma língua pendente há, é para lamber-lhes as botas. Nossa falta de dentes – nascida quem sabe da impossibilidade de sorrir – é que nos impede de morder as mãos que nos desalimentam. Não podemos reagir. Não devemos reagir. Não é certo! E ademais, para que reagir se o que poderíamos dizer nunca será ouvido? O que não se ouve não se entende. O que não se entende não se aplica. E o que não é aplicado não nos restitui a voz. E sem voz e sem vez, continuaremos assim esperando... o norte, a sorte, o corte, a morte. Tudo no mais completo e absoluto silêncio... baixinho... calado... sem incomodar ninguém.
Márcio Hilário.
11-07-2012 
História entregue pela aluna Giovanna N. Souza.



Em sala de aula os alunos criaram dois gráficos, um referente aos alunos silenciosos e outro aos barulhentos.
O resultado foi:
8 PESSOAS SILENCIOSAS
9 PESSOAS BARRULHENTAS

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